O melhor conto...

26 abril 2009

...do nono ano:

Um pouco de anarquia
(Isabella)


Eu estava no banco com a minha mãe, morrendo de tédio. Não havia nada o que uma adolescente de quinze anos pudesse fazer lá. Peguei meu mp4 de bolso, coloquei os fones de ouvido e dei play. Passaram-se três músicas e estava prestes a começar a quarta quando, de repente, ouvimos um “bam!” ensurdecedor. Parecia o tiro de uma arma. “Uh! Oh!” – não só parecia, mas era o tiro de uma arma!


Minha mãe me abraçou protetivamente e nos fez agachar no chão, de pavor. Eu estava de costas para a cena, então não sabia o que estava acontecendo.


− Boa tarde, senhoras e senhores!


Essa voz, eu a conhecia muito bem. Eu nunca a ouvi pessoalmente, mas já a tinha ouvido em jornais de televisão, vídeos da internet etc. Essa voz só podia ser dele, do Coringa, o criminoso mais perigoso de Gotham e também a pessoa com quem eu mais me identificava em toda a cidade.


Eu quis me virar e ir em direção a ele, mas minha mãe continuou a me apertar, impedindo de eu me mover. Olhei para o rosto dela e sussurei: “está tudo bem mãe; não vou fazer nada”. Tive de mentir um pouco para ela, só para acalmá-la. Logo ela me soltou e pude ficar de pé novamente.


Os capangas do Coringa estavam correndo direto para o cofre, sempre pensando no dinheiro, enquanto o “Clown prince of crime” (Príncipe palhaço do crime, na tradução pé-da-letra) torturava o gerente e mais algumas pessoas.


− O que você quer? Dinheiro? É isso?


− Vocês só pensam em dinheiro, não é? Que estranho, acho que nunca vou entender gentinha como você! E a ironia é que vocês também nunca me entenderão! O que eu quero é apresentar um pouco de anarquia a esta cidade.


Todos estavam apavorados, menos eu. Eu não sentia medo dele, mesmo vendo-o de tão perto.


Ele tirou uma faca do bolso, segurou o gerente pela nuca e pressionou a faca sobre a sua bochecha. Ele estava prestes a lhe contar como tinha ganhado aquelas cicatrizes, mas eu já estava tão emocionada de vê-lo que, quando percebi o que ele ia fazer, não pude resistir de dar um risinho de garota, inocente, mas cheio de sarcasmo. Claro que ele ouviu, mas não se moveu. Ficou pressionando a faca no gerente por um tempo, quando, finalmente, resolveu se virar para me olhar. Primeiro pensei que ele fosse se aproximar de mim, colocar aquela faca na minha boca, me contar uma das várias histórias falsas sobre suas cicatrizes e, finalmente, ou me matar ou me dar um belo “sorriso permanente”. Acho que foi esse pensamento que me assustou e me fez congelar no meu lugar.


Apesar disso, ele não fez nada. Apenas ficou me olhando por um tempo. Por fim, ele sorriu. Mas não foi um sorriso debochado, como ele sempre tinha feito. Parecia mais um sorriso honesto, gentil. E ele parecia quase outra pessoa. Então ele soltou um “obrigado” inaudível e chamou seus capangas para voltar para a van. Acho que, afinal, ele não queria introduzir anarquia nenhuma; ele queria alguém para aprovar seus atos.

Parabéns, Isabella! O seu texto ficou excelente!

Dicas de leitura

15 abril 2009




O gato preto

Um dos contos mais conhecidos de Edgar Allan Poe, que é considerado o pai do conto policial moderno, é O gato preto. Os fãs do suspense e de uma boa leitura vão se deliciar com essa história macabra e surpreendente!


O gato preto




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Não espero nem peço que acreditem na narrativa tão estranha e ainda assim tão doméstica que estou começando a escrever. Louco, de fato, eu seria se esperasse por isso, num caso em que até meus sentidos rejeitam seu testemunho. No entanto, louco eu não sou − e com toda a certeza não estou sonhando. Mas, se morro amanhã, hoje alivio minha alma. Meu objetivo imediato é apresentar ao mundo, sucintamente e sem comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Em suas consequências, tais fatos aterrorizaram, torturaram e destruíram minha pessoa. No entanto, não tentarei explicá-los. Para mim representaram apenas horror − para muitos vão parecer menos terríveis do que grotescos. No futuro, talvez, alguma inteligência será capaz de reduzir o meu fantasma a algo comum − alguma inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que a minha, que vai perceber, nas circunstâncias que detalho com pasmo, nada mais do que uma sucessão habitual de causas e efeitos muito naturais.

Desde a infância, me destaquei pela docilidade e humanidade de meu caráter. Minha ternura de coração chegava a ser tão evidente a ponto de fazer de mim o objeto de chacota de meus companheiros. Gostava especialmente de animais, e meus pais me permitiam ter grande variedade de bichos. Passava com eles a maior parte do tempo. Nada me deixava tão contente do que lhes dar comida e carinho. Essa peculiaridade de caráter aumentou com meu crescimento e, já adulto, fiz dela uma das minhas principais fontes de prazer. Aos que já sentiram afeto por um cão fiel e sagaz, não preciso dar-me ao trabalho de explicar a natureza ou a intensidade da satisfação que se pode ter com isso. Há algo no amor desinteressado e capaz de sacrifícios de um animal que toca diretamente o coração daquele que teve ocasiões freqüentes de testar a amizade mesquinha e a frágil fidelidade de um simples Ser Humano.

Casei cedo e fiquei feliz ao descobrir em minha mulher uma tendência semelhante à minha. Notando minha predileção por animais domésticos, ela não perdia a oportunidade de me trazer os de tipo mais agradável. Tínhamos passarinhos, peixes dourados, um belo cachorro, coelhos, um macaquinho e um gato.

Este último era um animal excepcionalmente grande e belo, todo negro e de espantosa sagacidade. Ao referir-se à sua inteligência, minha mulher, que no fundo não era nada tocada pela superstição, fazia frequentes alusões à antiga crença popular de que todos os gatos pretos são bruxas disfarçadas. Não que ela se referisse a sério sobre isso − e se chego a mencionar o assunto é porque aconteceu me lembrar disso nesse momento. Pluto − esse era o nome do gato − era meu bicho e companheiro de brincadeiras favorito. Só eu lhe dava comida, e estava a meu lado aonde quer que eu fosse pela casa. Tinha até dificuldade em evitar que me seguisse pela rua.

Nossa amizade durou, desse modo, vários anos, durante os quais não só o meu caráter como o meu temperamento − por obra da Intemperança − sofreram (me envergonho de contar) uma modificação radical para pior. Eu ficava, dia a dia, mais mal-humorado, mais irritável, mais desconsiderado com os sentimentos dos outros. Chegava a usar linguagem imoderada com minha mulher. Com o tempo, cheguei mesmo a tratá-la com violência. Meus animais, é claro, sentiam a mudança em meu temperamento. Não apenas não lhes dava atenção alguma, como também os maltratava. Com Pluto, porém, ainda guardava suficiente consideração para evitar quaisquer maus-tratos, apesar de não ter o menor escrúpulo de espancar os coelhos, o macaco e até mesmo o cachorro quando, por acaso ou por afeto, cruzavam meu caminho. Mas a doença foi crescendo dentro de mim − pois que doença se iguala ao álcool? − e com o tempo até Pluto, que começava agora a envelhecer e, por conseguinte, se tornara um tanto rabugento, começou a sentir os efeitos de meu mau humor.

Certa noite, ao voltar para casa, muito embriagado, de uma de minhas andanças pela cidade, tive a impressão de que o gato evitava a minha presença. Agarrei-o e então ele, assustado ante a minha violência, fez um pequeno ferimento com os dentes em minha mão. Uma fúria demoníaca apoderou-se, imediatamente, de mim. Já não sabia mais o que estava fazendo. Dir-se-ia que, de súbito, minha alma abandonara meu corpo, e uma perversidade mais do que diabólica, alimentada pelo gim, percorreu cada fibra de meu ser. Tirei do bolso um canivete, abri-o, agarrei o pobre animal pela garganta e, friamente, arranquei de sua órbita um dos olhos! Fico vermelho, estremeço, queimo de vergonha ao referir-me a essa abominável atrocidade.

Quando, com a chegada da manhã, voltei à razão − tendo já eliminado no sono os vapores do deboche da noite − experimentei, pelo crime que praticara, um sentimento que era um misto de horror e remorso; mas não passou de um sentimento superficial e equívoco, pois minha alma permaneceu intocada. Mergulhei novamente em excessos e logo afoguei no vinho a lembrança do que acontecera.

Enquanto isso, o gato se recuperava devagar. A órbita do olho perdido apresentava, é certo, um aspecto horrendo, mas não parecia mais sofrer qualquer dor. Passeava pela casa como de costume, mas, como bem se poderia esperar, fugia, tomado de extremo terror, à minha aproximação. Restava-me ainda o bastante de meu antigo coração para que, a princípio, sofresse com aquela evidente aversão por parte de um animal que, antes, me amara tanto. Mas esse sentimento logo se transformou em irritação. E surgiu então, como para perder-me final e irremissivelmente, o espírito da PERVERSIDADE. Desse espírito a filosofia não toma conhecimento. No entanto, tão certo como existe minha alma, creio que a perversidade é um dos impulsos primitivos do coração humano − uma das faculdades, ou sentimentos, primárias e indivisíveis que dão a direção do caráter do Ser Humano. Quem não se viu, centenas de vezes, a cometer ações vis ou estúpidas, pela única razão de que sabia que não devia cometê-las? Acaso não sentimos uma inclinação constante mesmo quando estamos no melhor do nosso juízo, para violar aquilo que é lei, simplesmente porque a compreendemos como tal? Esse espírito de perversidade, digo eu, foi a causa de minha queda final. O vivo e insondável desejo da alma de envergonhar a si mesma, de violentar sua própria natureza − de fazer o mal pelo próprio mal − foi o que me levou a continuar e finalmente consumar o suplício que infligira ao inofensivo animal. Uma manhã, a sangue frio, passei um laço pelo seu pescoço e enforquei-o no galho de uma árvore. Enforquei-o com os olhos cheios de lágrimas, com o coração transbordante do mais amargo remorso. Assim o fiz, porque sabia que ele me amara e porque reconhecia que não me dera motivo algum para que me voltasse contra ele. Enforquei-o porque sabia que estava cometendo um pecado − um pecado mortal que comprometia a minha alma imortal, afastando-a, se é que isso era possível, da misericórdia infinita de um Deus infinitamente misericordioso e infinitamente terrível.

Na noite do dia em que foi cometida essa ação tão cruel, fui despertado pelo rugir do fogo. As cortinas de minha cama estavam em chamas. Toda a casa ardia. Foi com grande dificuldade que minha mulher, uma criada e eu conseguimos escapar do incêndio. A destruição foi completa. Todos os meus bens terrenos foram tragados pelo fogo, e, desde então, me entreguei ao desespero.

Não pretendo estabelecer relação alguma entre causa e efeito − entre o desastre e a atrocidade por mim cometida. Mas estou descrevendo uma sequência de fatos e não desejo omitir nenhum dos elos dessa cadeia de acontecimentos. No dia seguinte ao do incêndio, visitei as ruínas. As paredes, com exceção de uma apenas, tinham desmoronado. Essa única exceção era uma parede divisória, não muito grossa, que ficava mais ou menos no centro da casa e na qual se encostava a cabeceira de minha cama. O reboco ali resistira, em grande parte, à ação do fogo − coisa que atribuí ao fato de ter sido ele construído recentemente. Em torno dessa parede se juntava uma densa multidão, e muitas pessoas pareciam estar examinando, com particular atenção e minuciosidade, um ponto em particular. As palavras “estranho!”, “singular!”, bem como outras expressões semelhantes, despertaram-me a curiosidade. Aproximando-me, vi, como que gravada em baixo-relevo ma superfície branca, a figura de um gato gigantesco. A imagem era de uma exatidão verdadeiramente maravilhosa. Havia uma corda em volta do pescoço do animal.

Logo que vi tal aparição, pois não poderia considerar aquilo como sendo outra coisa, o assombro e terror que se me apoderaram foram extremos. Mas, finalmente, a reflexão veio em meu auxílio. O gato, lembrei-me, fora enforcado num jardim existente junto à casa. Aos gritos de alarma, o jardim fora imediatamente invadido pela multidão. Alguém deve ter retirado o animal da árvore, lançando-o, através de uma janela aberta, para dentro do meu quarto. Isso foi feito, provavelmente, com a intenção de despertar-me. A queda das outras paredes havia comprimido a vítima de minha crueldade no gesso recentemente colocado sobre a parede que permanecera de pé. A cal do muro, com as chamas e o amoníaco desprendido da carcaça, produzira a imagem tal qual eu agora a via.

Embora isso satisfizesse prontamente minha razão, não conseguia fazer o mesmo, de maneira completa, com minha consciência, pois o surpreendente fato que acabo de descrever não deixou de causar-me, apesar de tudo, profunda impressão. Durante meses, não pude livrar-me do fantasma do gato e, nesse espaço de tempo, nasceu em meu espírito uma espécie de sentimento que parecia remorso, embora não o fosse. Cheguei, mesmo, a lamentar a perda do animal e a procurar, nos sórdidos lugares que então freqüentava, outro bichano da mesma espécie e de aparência semelhante que pudesse substituí-lo.

Uma noite, em que me achava sentado, meio aturdido, num antro mais do que infame, tive a atenção despertada, subitamente, por um objeto negro que jazia no alto de um dos enormes barris, de genebra ou rum, que constituíam quase que o único mobiliário do recinto. Fazia já alguns minutos que olhava fixamente o alto do barril, e o que então me surpreendeu foi não ter visto antes o que havia sobre o mesmo. Aproximei-me e toquei-o com a mão. Era um gato preto, enorme _ tão grande quanto Pluto _ e que, sob todos os aspectos, salvo um, se assemelhava a ele. Pluto não tinha um único pêlo branco em todo o corpo _ e o bichano que ali estava possuía uma mancha larga e branca, embora de forma indefinida, a cobrir-lhe quase toda a região do peito.

Ao acariciar-lhe o dorso, ergueu-se imediatamente, ronronando com força e esfregando-se em minha mão, como se a minha atenção lhe causasse prazer. Era, pois, o animal que eu procurava. Apressei-me em propor ao dono a sua aquisição, mas este não manifestou interesse algum pelo felino. Não o conhecia; jamais o vira antes.

Continuei a acariciá-lo e, quando me dispunha a voltar para casa, o animal demonstrou disposição de acompanhar-me. Permiti que o fizesse _ detendo-me, de vez em quando, no caminho, para acariciá-lo. Ao chegar, sentiu-se imediatamente à vontade, como se pertencesse a casa, tomando-se, logo, um dos bichanos preferidos de minha mulher.

De minha parte, passei a sentir logo aversão por ele. Acontecia, pois, justamente o contrário do que eu esperava. Mas a verdade é que - não sei como nem por quê _ seu evidente amor por mim me desgostava e aborrecia. Lentamente, tais sentimentos de desgosto e fastio se converteram no mais amargo ódio. Evitava o animal. Uma sensação de vergonha, bem como a lembrança da crueldade que praticara, impediam-me de maltratá-lo fisicamente. Durante algumas semanas, não lhe bati nem pratiquei contra ele qualquer violência; mas, aos poucos - muito gradativamente _ , passei a sentir por ele inenarrável horror, fugindo, em silêncio, de sua odiosa presença, como se fugisse de uma peste.

Sem dúvida, o que aumentou o meu horror pelo animal foi a descoberta, na manhã do dia seguinte ao que o levei para casa, que, como Pluto, também havia sido privado de um dos olhos. Tal circunstância, porém, apenas contribuiu para que minha mulher sentisse por ele maior carinho, pois, como já disse, era dotada, em alto grau, dessa ternura de sentimentos que constituíra, em outros tempos, um de meus traços principais, bem como fonte de muitos de meus prazeres mais simples e puros.

No entanto, a preferência que o animal demonstrava pela minha pessoa parecia aumentar em razão direta da aversão que sentia por ele. Seguia-me os passos com uma pertinácia que dificilmente poderia fazer com que o leitor compreendesse. Sempre que me sentava, enrodilhava-se embaixo de minha cadeira, ou me saltava ao colo, cobrindo-me com suas odiosas carícias. Se me levantava para andar, metia-se-me entre as pernas e quase me derrubava, ou então, cravando suas longas e afiadas garras em minha roupa, subia por ela até o meu peito. Nessas ocasiões, embora tivesse ímpetos de matá-lo de um golpe, abstinha-me de fazê-lo devido, em parte, à lembrança de meu crime anterior, mas, sobretudo _ apresso-me a confessá-lo _ , pelo pavor extremo que o animal me despertava. Esse pavor não era exatamente um pavor de mal físico e, contudo, não saberia defini-lo de outra maneira. Quase me envergonha confessar _ sim, mesmo nesta cela de criminoso _ , quase me envergonha confessar que o terror e o pânico que o animal me inspirava eram aumentados por uma das mais puras fantasias que se possa imaginar. Minha mulher, mais de uma vez, me chamara a atenção para o aspecto da mancha branca a que já me referi, e que constituía a única diferença visível entre aquele estranho animal e o outro, que eu enforcara. O leitor, decerto, se lembrará de que aquele sinal, embora grande, tinha, a princípio, uma forma bastante indefinida. Mas, lentamente, de maneira quase imperceptível _ que a minha imaginação, durante muito tempo, lutou por rejeitar como fantasiosa _, adquirira, por fim, uma nitidez rigorosa de contornos. Era, agora, a imagem de um objeto cuja menção me faz tremer… E, sobretudo por isso, eu o encarava como a um monstro de horror e repugnância, do qual eu, se tivesse coragem, me teria livrado. Era agora, confesso, a imagem de uma coisa odiosa, abominável: a imagem da forca! Oh, lúgubre e terrível máquina de horror e de crime, de agonia e de morte!

Na verdade, naquele momento eu era um miserável _ um ser que ia além da própria miséria da humanidade. Era uma besta-fera, cujo irmão fora por mim desdenhosamente destruído… uma besta-fera que se engendrara em mim, homem feito à imagem do Deus Altíssimo. Oh, grande e insuportável infortúnio! Ai de mim! Nem de dia, nem de noite, conheceria jamais a bênção do descanso! Durante o dia, o animal não me deixava a sós um único momento; e, à noite, despertava de hora em hora, tomado do indescritível terror de sentir o hálito quente da coisa sobre o meu rosto, e o seu enorme peso _ encarnação de um pesadelo que não podia afastar de mim _ pousado eternamente sobre o meu coração!

Sob a pressão de tais tormentos, sucumbiu o pouco que restava em mim de bom. Pensamentos maus converteram-se em meus únicos companheiros _ os mais sombrios e os mais perversos dos pensamentos. Minha rabugice habitual se transformou em ódio por todas as coisas e por toda a humanidade _ e enquanto eu, agora, me entregava cegamente a súbitos, freqüentes e irreprimíveis acessos de cólera, minha mulher - pobre dela! - não se queixava nunca convertendo-se na mais paciente e sofredora das vítimas.

Um dia, acompanhou-me, para ajudar-me numa das tarefas domésticas, até o porão do velho edifício em que nossa pobreza nos obrigava a morar, O gato seguiu-nos e, quase fazendo-me rolar escada abaixo, me exasperou a ponto de perder o juízo. Apanhando uma machadinha e esquecendo o terror pueril que até então contivera minha mão, dirigi ao animal um golpe que teria sido mortal, se atingisse o alvo. Mas minha mulher segurou-me o braço, detendo o golpe. Tomado, então, de fúria demoníaca, livrei o braço do obstáculo que o detinha e cravei-lhe a machadinha no cérebro. Minha mulher caiu morta instantaneamente, sem lançar um gemido.

Realizado o terrível assassínio, procurei, movido por súbita resolução, esconder o corpo. Sabia que não poderia retirá-lo da casa, nem de dia nem de noite, sem correr o risco de ser visto pelos vizinhos.

Ocorreram-me vários planos. Pensei, por um instante, em cortar o corpo em pequenos pedaços e destruí-los por meio do fogo. Resolvi, depois, cavar uma fossa no chão da adega. Em seguida, pensei em atirá-lo ao poço do quintal. Mudei de idéia e decidi metê-lo num caixote, como se fosse uma mercadoria, na forma habitual, fazendo com que um carregador o retirasse da casa. Finalmente, tive uma idéia que me pareceu muito mais prática: resolvi emparedá-lo na adega, como faziam os monges da Idade Média com as suas vítimas.

Aquela adega se prestava muito bem para tal propósito. As paredes não haviam sido construídas com muito cuidado e, pouco antes, haviam sido cobertas, em toda a sua extensão, com um reboco que a umidade impedira de endurecer. Ademais, havia uma saliência numa das paredes, produzida por alguma chaminé ou lareira, que fora tapada para que se assemelhasse ao resto da adega. Não duvidei de que poderia facilmente retirar os tijolos naquele lugar, introduzir o corpo e recolocá-los do mesmo modo, sem que nenhum olhar pudesse descobrir nada que despertasse suspeita. E não me enganei em meus cálculos. Por meio de uma alavanca, desloquei facilmente os tijolos e tendo depositado o corpo, com cuidado, de encontro à parede interior. Segurei-o nessa posição, até poder recolocar, sem grande esforço, os tijolos em seu lugar, tal como estavam anteriormente. Arranjei cimento, cal e areia e, com toda a precaução possível, preparei uma argamassa que não se podia distinguir da anterior, cobrindo com ela, escrupulosamente, a nova parede. Ao terminar, senti-me satisfeito, pois tudo correra bem. A parede não apresentava o menor sinal de ter sido rebocada. Limpei o chão com o maior cuidado e, lançando o olhar em tomo, disse, de mim para comigo: “Pelo menos aqui, o meu trabalho não foi em vão”.

O passo seguinte foi procurar o animal que havia sido a causa de tão grande desgraça, pois resolvera, finalmente, matá-lo. Se, naquele momento, tivesse podido encontrá-lo, não haveria dúvida quanto à sua sorte: mas parece que o esperto animal se alarmara ante a violência de minha cólera, e procurava não aparecer diante de mim enquanto me encontrasse naquele estado de espírito. Impossível descrever ou imaginar o profundo e abençoado alívio que me causava a ausência de tão detestável felino. Não apareceu também durante a noite _ e, assim, pela primeira vez, desde sua entrada em casa, consegui dormir tranqüila e profundamente. Sim, dormi mesmo com o peso daquele assassínio sobre a minha alma.

Transcorreram o segundo e o terceiro dia _ e o meu algoz não apareceu. Pude respirar, novamente, como homem livre. O monstro, aterrorizado fugira para sempre de casa. Não tomaria a vê-lo! Minha felicidade era infinita! A culpa de minha tenebrosa ação pouco me inquietava. Foram feitas algumas investigações, mas respondi prontamente a todas as perguntas. Procedeu-se, também, a uma vistoria em minha casa, mas, naturalmente, nada podia ser descoberto. Eu considerava já como coisa certa a minha felicidade futura.

No quarto dia após o assassinato, uma caravana policial chegou, inesperadamente, a casa, e realizou, de novo, rigorosa investigação. Seguro, no entanto, de que ninguém descobriria jamais o lugar em que eu ocultara o cadáver, não experimentei a menor perturbação. Os policiais pediram-me que os acompanhasse em sua busca. Não deixaram de esquadrinhar um canto sequer da casa. Por fim, pela terceira ou quarta vez, desceram novamente ao porão. Não me alterei o mínimo que fosse. Meu coração batia calmamente, como o de um inocente. Andei por todo o porão, de ponta a ponta. Com os braços cruzados sobre o peito, caminhava, calmamente, de um lado para outro. A polícia estava inteiramente satisfeita e preparava-se para sair. O júbilo que me inundava o coração era forte demais para que pudesse contê-lo. Ardia de desejo de dizer uma palavra, uma única palavra, à guisa de triunfo, e também para tomar duplamente evidente a minha inocência.

_ Senhores _ disse, por fim, quando os policiais já subiam a escada _ , é para mim motivo de grande satisfação haver desfeito qualquer suspeita. Desejo a todos os senhores ótima saúde e um pouco mais de cortesia. Diga-se de passagem, senhores, que esta é uma casa muito bem construída… (Quase não sabia o que dizia, em meu insopitável desejo de falar com naturalidade.) Poderia, mesmo, dizer que é uma casa excelentemente construída. Estas paredes _ os senhores já se vão? _ , estas paredes são de grande solidez.

Nessa altura, movido por pura e frenética fanfarronada, bati com força, com a bengala que tinha na mão, justamente na parte da parede atrás da qual se achava o corpo da esposa de meu coração.

Que Deus me guarde e livre das garras de Satanás! Mal o eco das batidas mergulhou no silêncio, uma voz me respondeu do fundo da tumba, primeiro com um choro entrecortado e abafado, como os soluços de uma criança; depois, de repente, com um grito prolongado, estridente, contínuo, completamente anormal e inumano. Um uivo, um grito agudo, metade de horror, metade de triunfo, como somente poderia ter surgido do inferno, da garganta dos condenados, em sua agonia, e dos demônios exultantes com a sua condenação.

Quanto aos meus pensamentos, é loucura falar. Sentindo-me desfalecer, cambaleei até à parede oposta. Durante um instante, o grupo de policiais deteve-se na escada, imobilizado pelo terror. Decorrido um momento, doze braços vigorosos atacaram a parede, que caiu por terra. O cadáver, já em adiantado estado de decomposição, e coberto de sangue coagulado, apareceu, ereto, aos olhos dos presentes.

Sobre sua cabeça, com a boca vermelha dilatada e o único olho chamejante, achava-se pousado o animal odioso, cuja astúcia me levou ao assassínio e cuja voz reveladora me entregava ao carrasco. Eu havia emparedado o monstro dentro da tumba!

Discursos da narrativa

14 abril 2009

Na narração, existem três formas de citar a fala (discurso) dos personagens:

1) O discurso direto:


→ Geralmente, é escrito após dois-pontos e anunciado por um verbo dicendi (dizer, responder, falar, retrucar etc.), com ou sem aspas.

Exemplos:

a) Magali disse: "Quero comer uma melancia inteira!"

b) Magali disse: - Quero comer uma melancia inteira!

→ Também pode ser escrito sem verbo dicendi.

Exemplo: E, para Magali, uma dúzia de laranjas não era suficiente: "Quero comer uma melancia inteira!"


2) Discurso indireto:


→ Nesse caso, a fala do personagem é transcrita pelo narrador, tendo a interferência deste. O que o personagem diz passa a ser uma oração subordinada e é separada da fala do narrador por um elemento de coesão, como que, se, onde etc.

Exemplo: Magali disse que queria comer uma melancia inteira.


Note que os tempos verbais do discurso direto e do discurso indireto são diferentes.


3) Discurso indireto livre:


→ Esse discurso é o que mais exige atenção do leitor, pois a fala do personagem surge na narração quando menos se espera, sem ser destacada por aspas nem antecedida por verbo dicendi ou travessão. Se o leitor estiver distraído, a fala do personagem pode passar como se fosse do narrador.

Exemplo: A mãe de Magali já não sabia como saciar a fome da menina. Uma dúzia de laranjas não lhe era suficiente. Quero comer uma melancia inteira! E a mãe da garota se virava para conseguir mais frutas, antes que ela aprontasse um berreiro.

Pronomes relativos - aula 2

Os pronomes relativos representam um nome que já foi citado anteriormente no texto e com ele se relacionam.

Os principais pronomes relativos são: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas (variáveis); quem, que e onde (invariáveis).


Exemplo 1: Tenho uma coisa que vai assustar vocês.
O pronome relativo é o "que", e ele se refere à palavra coisa.
Para visualizar melhor e para recuperar mais facilmente o termo a que o pronome relativo se refere, podemos desmembrar esse período, ficando assim:
a) Tenho uma coisa. b) Essa coisa vai assustar vocês. = c) Tenho uma coisa que vai assustar vocês.
Nesse caso, da mesma forma que “essa coisa” tem a função sintática de sujeito da oração, o “que” também é sujeito.

Exemplo 2: Raul mora numa pensão na Asa Sul, onde divide quarto com Tales.
Para recuperar o termo a que se refere o pronome relativo “onde”, podemos desmembrar esse período da seguinte forma: a) Raul mora numa pensão na Asa Sul. b) Raul divide quarto com Tales na Asa Sul.
Nesse exemplo, “na Asa Sul” é adjunto adverbial de lugar e, portanto, o pronome relativo “onde” também o é.

* “Onde” e “aonde” são usados somente para indicar lugar e sua função sintática SEMPRE é a de adjunto adverbial de lugar.

Exemplo 3: A cidade /aonde vou/ é longe.
Desmembramos esse período em: a) A cidade é longe. b) Vou à cidade.
Assim, recuperamos o termo a que o “aonde” se refere, que é cidade (b), e facilitamos a análise sintática desse pronome relativo – adjunto adverbial de lugar.

* O “aonde” é usado com verbos que indicam movimento, como ir, chegar, levar etc.

Exemplo 4: O programa /que quero ver/ é este.
Temos então: a) O programa é este. b) Quero ver o programa.
Dessa forma, podemos perceber que o “que” é objeto direto assim como “o programa”, que é o termo ao qual o pronome relativo se refere.

Exemplo 5: O garoto /do qual gosto/ está doente.
a) O garoto está doente. b) Gosto do garoto.
Função sintática “do garoto” = função sintática “do qual” = objeto indireto.

Exemplo 6: O livro, cuja capa rasgou, é o meu preferido. → a) O livro é o meu preferido. b) A capa do livro rasgou. → cuja = do livro (indica posse) = adjunto adnominal.

Exemplo 7: Os alunos, cujas notas foram baixas, devem estudar mais. → a) Os alunos devem estudar mais. b) As notas dos alunos foram baixas. → cujas = dos alunos (indica posse) = adjunto adnominal.

* O pronome relativo cujo/cuja(s) é um pronome especial, pois liga dois termos, estabelecendo entre eles uma relação de posse: algo possuído (consequente) ligado a um possuidor (antecedente).
Esse pronome relativo concorda em gênero e número com seu consequente. No exemplo 6, o termo que vem depois de "cuja" é capa, palavra feminina e singular, por isso, "cuja" também o é. Já no exemplo 7, o termo consequente de "cujas" é "notas", palavra feminina e plural, com a qual o pronome relativo concorda.
A função sintática desse pronome relativo pode ser a de adjunto adnominal (como nos exemplos 6 e 7) ou a de complemento nominal.

Pronomes relativos - aula 1

08 abril 2009

O texto a seguir foi extraído da revista "Língua Portuguesa" (Edição 42). Seu autor é Luiz Roberto Wagner, doutor em Letras pela Unesp de Araraquara e professor universitário.


Quê da questão

Que

O escritor Coelho Neto deixou-nos esta pérola: "A mais bela coragem é a confiança que devemos ter na capacidade do nosso esforço".

O pronome relativo "que" refere-se ao termo antecedente "confiança" e funciona como objeto direto (Devemos ter confiança...). Consoante a gramática normativa, os pronomes relativos referem-se a um antecedente (geralmente substantivo ou pronome). Todo pronome relativo possui função sintática, fazendo parte, por conseguinte, de um estudo de morfossintaxe.

É conhecido o adágio "Nem tudo o que reluz é ouro", no qual o pronome relativo "que" refere-se ao pronome demonstrativo o e funciona como sujeito (Aquilo reluz). O antecedente do relativo "que" (considerado universal) pode ser pessoa ou coisa: "...um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu" (Machado de Assis, Dom Casmurro). No exemplo, o "que" funciona como objeto direto (Eu conheço um rapaz).

O qual

Como puro pronome relativo, o "qual" só se usa precedido do artigo definido: "Tinha havido alguns minutos de silêncio, durante os quais refleti muito e acabei por uma ideia." (Machado de Assis, Dom Casmurro). Aqui, referindo-se à expressão "alguns minutos de silêncio", o relativo "os quais" funciona como adjunto adverbial de tempo. Emprega-se também "o qual" (e flexões) para evitar o duplo sentido: "Visitei o filho da vizinha 'o qual' se queimou com fogos". Tem função de sujeito. Se usarmos aí o relativo "que", não saberemos ao certo quem se teria queimado, se o filho ou a vizinha. Com frequência, usa-se "o qual" com palavras (preposição, pronome) de duas ou mais sílabas: "A felicidade é sentimento para a qual todos apelam, quando já não há possibilidade de alcançá-la", em que o relativo funciona como objeto indireto (Todos apelam a um sentimento).

Onde

"Minha terra tem palmeiras Onde sopra o vento forte Da fome, do medo e muito Principalmente da morte."Nesse excerto de Tropicália 2, composição musical de Torquato Neto e Gilberto Gil, evidencia-se a intertextualidade com a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. O pronome relativo "onde" aparece normalmente com antecedente locativo. Aqui, "onde" refere-se aos antecedentes "minha terra"/"palmeiras", com a função de adjunto adverbial de lugar.

Como

"Não há coisa que demonstre de maneira mais decisiva o caráter de um homem do que a maneira como trata as mulheres." (Herder) O pronome relativo "como" tem sempre as palavras "modo", "maneira" ou "forma" como antecedente e equivale a "pelo qual" (ou flexões). No pensamento de Herder, funciona como adjunto adverbial de modo. O primeiro "que" refere-se ao substantivo antecedente "coisa" e funciona como sujeito; o autor ainda formou um símile com "do que" - expressando relação de comparação, porém sem função sintática.

Quem

No português contemporâneo, o pronome "quem" só se refere a pessoas e sempre aparece regido de preposição: "Aquele é o presidente a quem mais admiro".

Como o verbo "admirar" é transitivo direto, o relativo "a quem" funciona como objeto direto preposicionado.

Cujo

"Cujo" é um relativo que sempre correlaciona algo possuído (consequente) a um possuidor (antecedente). Emprega-se apenas como pronome adjetivo e concorda com o consequente em gênero e número: "Xadrez é um jogo cujas regras nunca compreendi", em que o pronome "cujas" funciona como adjunto adnominal.

Vem precedido de preposição sempre que a regência do verbo ou nome o exigir: "Aquilo é o que sobrou do prédio de cuja implosão não me lembro". (Eu não me lembro da implosão do prédio.) Neste caso, o verbo lembrar-se rege preposição "de", e o relativo "cuja" exerce a função de complemento nominal. Fiquemos com a beleza dos versos de Antônio Nobre:
"Convento d'águas do Mar, ó verde Convento Cuja Abadessa secular é a Lua E cujo Padre-capelão é o Vento..."


O "que" de Camões

Nos versos da estrofe 118, Canto III, de Os Lusíadas, Camões usou duas vezes o pronome relativo "que":

"O caso triste e digno da memória, Que do sepulcro os homens desenterra, Aconteceu da mísera e mesquinha Que depois de ser morta foi Rainha".


Muitos não entenderão o conteúdo caso não percebam, na inversão, que o 1º pronome refere-se a "caso", funcionando como sujeito da oração subordinada adjetiva. No 2º caso, o pronome refere-se ao antecedente implícito "Inês de Castro", funcionando como sujeito da oração subordinada adjetiva.

Produção de texto - Conto

02 abril 2009

O conto surgiu como o ato de contar histórias, muito antes de existir a escrita, os livros impressos, a televisão e a internet. Talvez o conto tenha surgido da necessidade que temos de imaginar coisas e de nos relacionar com outras pessoas: inventar uma história e contá-la é uma boa forma de atrair a atenção dos outros.

Só depois de muitos e muitos anos é que as histórias contadas apenas oralmente (isto é, pela fala) começaram a ser escritas. Até mesmo as narrativas da Bíblia, antes de serem passadas para o papel, foram contadas por muito tempo apenas por meio de conversas.

Outro exemplo é o dos índios brasileiros, que possuem várias histórias bem antigas, as quais fazem parte de sua cultura e de sua crença. Essas narrativas lhes foram transmitidas por seus ancestrais através da fala, até que algum historiador branco resolveu escrevê-las para que elas nunca se perdessem e fossem conhecidas por outras culturas.

Quando o conto deixou de ser uma narrativa oral (da fala) e passou a ser escrito, ele foi ganhando algumas características muito interessantes e passou a ser um gênero literário.

Nós do nono ano aprendemos que:
  1. O conto é uma história curta e, por isso, possui poucas personagens e seu espaço físico é bastante limitado (geralmente a história se passa num único lugar);
  2. Um bom conto é aquele que apresenta um clímax, ou seja, um momento de bastante tensão, no qual o conflito da história atinge o seu ponto máximo;
  3. As poucas personagens da história não são analisadas de forma profunda, pois o mais importante aqui são as suas ações e não os seus traços de personalidade;
  4. Como todo texto, um conto deve ter: introdução (na qual o narrador apresenta as personagens, o espaço físico e os fatos iniciais da história), desenvolvimento (no qual se inicia o conflito da história e depois acontece o clímax) e conclusão (na qual o conflito é solucionado de alguma forma, seja com tragédia, comédia, ironia etc., marcando o final da narrativa).

A partir desse estudo sobre o conto, propomos a seguinte produção de texto:

* Na página 28 do livro "Todos os textos", encontramos o início de dois contos. Você pode dar continuidade a um deles.

ou

* Você pode escrever um conto tendo como inspiração um fato que tenha ocorrido com você ou com alguma pessoa que você conheça: uma festa, uma viagem, a primeira namorada, um mico que você pagou, uma briga, uma grande vitória, o(a) garoto(a) por quem você é apaixonada(o) etc.

Independente de qual escolha você fizer, lembre-se de respeitar a estrutura do gênero conto, de escrever as palavras corretamente (se tiver dúvidas, pesquise no dicionário), de dar um título para a história, de fazer parágrafos, de pontuar as frases.

Lembre-se também de ilustrar a sua história! Se você não souber desenhar, vale recortar imagens de alguma revista ou procurar algo na internet (isso vale somente para a ilustração... nem pense em copiar uma história pronta daqui, ok?).

Data para a entrega do conto: 08/04/09.

O melhor conto será publicado aqui!

Boa sorte a todos!

PS: Se vocês tiverem alguma dúvida, pode perguntar que eu respondo. É só deixar um recadinho pra mim aí embaixo.